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domingo, 5 de maio de 2013

Nos Passos do Coelho Alado


Crónicas do Sabiah-Laranjeira

Parte 1
 
"Quando pensei que nada de anormal eu veria mais neste mundo dos pássaros, eis que surge uma aberração da natureza, um coelho com asas para governar a República do Passaral. Antes estava no comando da nação uma ave de rapina, o Tartaranhão Caçador.
O tal Coelho subiu para a árvore dos discursos com umas falsas asas e enganou todo o Passaral com cantos arrebatadores, como se de Cotovia-Montesina se tratasse. Foram-lhe dadas asas por apenas um terço das aves da nação, as demais deram de ombros.
Lembro agora de algumas das cantigas que o Coelho Alado entoou:

"Estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução." ( sobre medidas de austeridade do Tartaranhão Caçador)

"Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa."
"Aceitarei reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias." (sobre a carga tributária)

"Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou."
"Nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de despesas que podem ser reduzidas."
"Aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos."
"Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos." ( sobre o custo da máquina administrativa)

"Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos."
"Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado."  (sacrifícios dos ricos)

"Já estamos fartos de um Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o que assina em nome de Portugal."
"O Governo está-se a refugiar em desculpas para não dizer como é que tenciona concretizar a baixa da TSU com que se comprometeu no memorando." (sobre o acordo com a Troika)

"Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa."
"Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas." (sobre as Finanças)

*"Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português."
"A pior coisa é ter um Governo fraco. Um Governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos."
"O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento."  (sobre a austeridade)

"Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate."
"Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?" (sobre mentiras)

O Coelho ganhou asas. Voa alto sobre a nação agora. Faz e desfaz a seu bel-prazer. Atónitos, bico-abertos ficamos nós ante a aberração que por hora nos sobrevoa. "
 
Sabiah Laranjeira
 
 
 
 
 
 
 
Parte 2
 
"Ainda dotado das asas, vestido de líder supremo, o Coelho subiu à árvore mais alta da República do Passaral e proferiu cântico magnânimo, daqueles que arrebata o mais cético dos passarinhos.
Ouvimos, cheios de orgulho por se ter, agora, um governo que nos moldes dos nossos ideais. Alguém com ímpeto, com destreza para nos elevar de novo ao nível das nações do resto do mundo. Um cântico digno de um pássaro verdadeiro. Chegamos a pensar se o Coelho Alado seria mesmo uma aberração da natureza, ou se seria uma bênção dos deuses. O canto assemelhava-se àquele que ouviu a nação naquele dia de cheiro de cravos.
Vejam se não!?
"Os Portugueses podem confiar neste Governo para quebrar o ciclo vicioso de hesitação e derrapagem em que vivemos nos últimos anos...
Em primeiro lugar, anteciparemos já para este terceiro trimestre medidas estruturais previstas no Programa de Ajustamento e que darão outra dinâmica à concorrência em sectores-chave, que tornarão o Estado menos intrusivo na vida económica dos Portugueses e que abrirão a nossa economia aos estímulos do exterior...
...Em segundo lugar, a estratégia do Governo está comprometida com um controlo rigoroso da despesa pública. Já este ano será posto em prática um ambicioso processo de monitorização, controlo e correcção de desvios orçamentais...
...O Governo não pode deixar de vir em socorro daqueles que mais precisam da proteção do Estado: as crianças e os idosos, as mulheres com filhos a seu cargo, os desempregados que viram cessar o seu subsídio de desemprego e não encontram trabalho, as pessoas com deficiência e todos os que estão a ser atingidos com particular violência pelas nossas agruras...
...Uma economia dinâmica e criadora de emprego promove a mobilidade social, gera mais liberdade, mais segurança...
...Apostaremos na educação e na cultura como uma grande escola de conhecimento, criatividade e rigor, de teste de diferentes ideias animado pela busca permanente do aperfeiçoamento...
Apresentação do Programa de Governo - 30/06/2011

Sentimo-nos orgulhosos. Um êxtase se nos invadiu. Cantos por todo o lado se ouviu: - Agora sim, estamos salvos!
A passarada, por agora, seria feliz para sempre..."
 
Sabiah Laranjeira
 
 
 
 
 
 
 
Parte 3
 
"A passarada da República do Passaral estava certa de que o Coelho Alado seria a tábua de salvação. A nação iria rumar para um caminho de estabilização e, como diz um ditado popular, "tudo voltaria como dantes na casa dos Abrantes".
Eis que se apresenta o Coelho Alado, mas agora já sem as asas, diante das aves de rapina na Assembleia. Um orçamento em que já mostrava para que vinha e, como num paradoxo, começa colocar as asinhas de fora (porém já sem asas). O franzir da testa dos analistas já nos deixava com olhar perplexo.
O discurso imponente e bem delineado não condizia em si mesmo. Falava de racionalização da despesa pública, não por contenção de despesa, mas por redução de serviços a prestar a passarada. Menos saúde, menos educação, menos serviços. E mais redução em deduções e coisas do género. O discurso arrebatador da posse fora destituído por um devastador de esperanças. As promessas de campanha foram por água abaixo. As asas eram de cera e o calor do poder as derreteram. Estávamos nós, os frágeis e débeis pássaros, ante a um predador voraz.
Eis um resumo da  apresentação do Orçamento de Estado para o ano 2012.
"Senhora Presidente da Assembleia da República, senhoras e senhores deputados,...Este orçamento que o Governo aqui propõe é o orçamento da estabilização da economia portuguesa. Com o País a sofrer os efeitos dos desequilíbrios financeiros e económicos que se foram acumulando ao longo de muitos anos, a tarefa mais urgente é a da estabilização. E nessa medida este é o orçamento que prepara a recuperação económica do País. A estabilização é a etapa necessária para o crescimento do produto e do emprego por que todos ansiamos...Por este ser o orçamento que inicia o esforço de racionalização da despesa pública e de reestruturação das Administrações Públicas, é também o instrumento para tornar o Estado mais eficiente e mais cooperante com a actividade económica...Mas é precisamente este orçamento, por ser uma etapa inicial de uma estratégia de abertura e desenvolvimento da sociedade portuguesa, que dará uma razão e um sentido a esses sacrifícios...
...No objectivo de colocar efectivamente os poderes públicos ao serviço das soluções mais eficazes para problemas comuns a todos, neste grande objectivo democrático, temos uma oportunidade semelhante para demonstrar que podemos agir com seriedade e inteligência...
...De resto, os Portugueses não escolheram um Governo de resignação. Escolheram um Governo de acção. Escolheram um Governo de acção reflectida mas decidida. É esse o grande compromisso deste orçamento. É esse o nosso dever.

O Coelho Alado afinal era mesmo uma aberração e, como tal, transforma-se em Coelho Lobo Devorador. Assim começa a saga dos pássaros sujeitos à vontade devastadora da viveiro que tornou-se a República do Passaral. Vigiado por guardiões do poder económico denominados de Troika.
Haverá saída deste estados de coisas?"
 
Sabiah Laranjeira
 
 
 
 
 
 
 

... e a bandeira continua ao contrário...


Crónicas do Sabiah-Laranjeira

˙˙oıɹɐɹʇuoɔ oɐ ɐnuıʇuoɔ ɐɹıǝpuɐq ɐ ǝ...

"Nas comemorações do dia da Implantação da República do Passaral, 1 de outubro de 2012, uma situação inusitada abalou a nação dos pássaros; o hastear da bandeira da nação feito pelo presidente o Falcão-Peregrino. A Bandeira estava ao contrário, de ponta-cabeça, de pernas para o ar, de cabeça para baixo. Uma indignação tomou conta de todos.
Comecei eu , então, a pensar se não estaria de certa forma a Bandeira de acordo com o que vive a nação neste últimos tempos. Como sou um pássaro afeiçoado à matemática, logo vieram mas contas em minha mente, que mostram como estamos mesmo de pernas para o ar. Fiz um comparativo sobre a situação económica do país no último ano, já que foram impostas medidas de austeridade que visavam restaurar as coisas.
Pensem comigo:
- Em 2011 o governo havia arrecadado, até setembro, cerca de 25 mil milhões de euros em impostos sobre a produção (IRC, IRS, IVA). Em 2012, até setembro, arrecadou cerca de 19 mil milhões.

- Em 2011, até *setembro, as contribuições para a Segurança Social atingiram 18 mil milhões de euros. Em 2012, mesmo período, 15 mil milhões apenas.
-Em 2011 os gastos com os subsídios (desemprego, inserção, doença) foram de 2,2 mil milhões de euros. Até o momento, em 2012, está nos 3 mil milhões de euros.

- Em 2011 os impostos com combustíveis renderam, até setembro, 4 mil milhões de euros. Em 2012, mesmo período, estava nos 3,5 mil milhões.

- As despesas do Estado, em setembro de 2011, atingiram 58 mil milhões de euros para uma arrecadação de 55 mil milhões (deficit de 3 mil milhões). Em 2012, mesmo período, as despesas chegaram a 56,5 mil milhões para uma receita de 52 mil milhões (deficit de 4,5 mil milhões).

Bem o governo se gabou de ter feito cortes significativos nas despesas. Do contrário o deficit seria muito maior. Mas onde foram feitos tais cortes?
Na educação, na saúde, nas garantias sociais e afins. Nunca numa redução efetiva das despesas na máquina administrativa, quer com o excesso de pessoal, quer com os gastos públicos supérfluos.
A compensação pela redução na arrecadação dos impostos foi feita no aumento das taxas administrativas, na retenção dos subsídios (50%) dos trabalhadores do sistema privado e no aumento dos preços dos serviços fornecidos pelo estado.
Então me pergunto a mim mesmo:
A nossa indignação será só por conta de uma bandeira ao contrário?"

Sabiah Laranjeira







A Liberdade Como Ela É


Crónicas do Sabiah-Laranjeira

Parte 1

"Aproveitei o 25 de Abril de 2012 para voar por aí e encontrar amigos, trocar idéias, e encontrei o Priolo, amigo de algum tempo, e o Melro, pousados à beira de um telhado de uma casa antiga. Começamos a falar sobre os assuntos que se viam nas folhas da árvores de notícias, das quais a principal é o discurso do nosso presidente, o Falcão-Peregrino, com relação à imagem da República do Passaral no Exterior.
O Melro recordava o período anterior ao 25 de Abril de 74, quando por estas terras mandava o Bufo-Real uma ave de rapina, que não o manteve prisioneiro, mas reprimia com veemência qualquer tentativa de levante contrário às suas ordens. Nativo daqui, de Passaral, com 45 anos aproximadamente. Eu sou o Sabiá, imigrante, oriundo do Passaril, onde também vivemos período semelhante. Seus pais contavam-lhe que antes dessa ave ter subido ao poder quem o detinha era a Águia-Real, destituída pelas aves de rapina, os Gaviões, Falcões e Corujas que se rebelaram e tomaram o poder à força, inclusive com o assassinato da Águia-Real, instaurando assim a República de Passaral. Os gaviões acreditavam que essa era a forma de distribuir o poder entre todos os pássaros do reino. Mas as aves de rapina, num curto intervalo de tempo, já não se entendiam e começaram a disputar entre si o poder, acusando-se mutuamente de se corromperem. Intensificaram esta disputa e corromperam-se de tal modo que uma ave, aproveitou a oportunidade e tomou-lhes o poder e, durante quase de meio século, o manteve com bico de ferro.
Era um governo semelhante aos utilizados nas outras terras circundantes  ao Passaral e também nas restantes do mundo dos pássaros, e que, num dado momento, começaram a cair por todo o lado, assim, os gaviões daqui encheram-se de coragem e voltaram ao poder, mais uma vez prometendo às demais aves da nação a tão sonhada liberdade.
O problema é que durante aquele tempo, em que tantas nações estiveram subjugadas por poderes totalitaristas, uma terra longínqua, a Passérica, governada pela grande águia, patenteou a liberdade, assim todos que a quisessem precisariam comprar-lhes e determinou que se assim não fosse deveria ser imposta à força e, embora alguns resistentes não sucumbissem, tais quais Passaruba, os da União Passarética e alguns do continente Passaricano, foram submetidos a sanções que os deixaram à margem dos demais, e outros como o Passaraque, mais recentemente, foram invadidos pela águia, a título de não terem se rendido à sua liberdade.
O problema é que esta tal liberdade tem um custo elevado e, embora pensemos que sejamos livres, na verdade somos prisioneiros do poder da águia, e quando esta dá sinais de fragilidade as demais nações do mundo dos pássaros sentem, então vemos que nossa liberdade não vale muito se não temos o que comer, não temos onde morar, temos um sistema de saúde precário, uma segurança frágil, empregos instáveis, reformas baixas, educação fraca e algumas outras coisas débeis. É aí que descobrimos que, na verdade, esta é liberdade como ela é e percebemos que o que os gaviões têm para nos dar é mera ilusão, pois nestes 38 anos passados não temos nenhuma das garantias básicas da liberdade que nos foi prometida."

Sabiah Laranjeira



  
 


Parte 2

"O Priolo, que permaneceu calado a ouvir os relatos do Melro, revia na memória o período anterior àquele dia 25 de abril 1974. Ele viera, ainda menino da terra das aves marinhas, os açores. Em 1970, com apenas 17 anos, fora obrigado a ir para uma luta armada que Passaral travava com rebeldes nas colónias da Passáfrica.
Então, passou ele, a contar-nos sobre sua infância e adolescência. Parte da infância, na terra dos açores, talvez aos 8 ou 9 anos, dividia a vida entre o trabalho numa pedreira, a ajudar o pai, e a escola. Completou apenas a quarta classe na escola. Não havia proteção alguma para os pequenos pássaros naquela época. Pouco depois vieram para o continente, onde se instalaram numa herdade em que toda a família se engajou nos trabalhos na lavoura. Nunca mais voltou à escola.
A vida era difícil, sem perspectivas aparentes. As condições laborais eram precárias. Patrões despediam ao seu bel-prazer e, embora descontassem contribuições sindicais, não havia ninguém que defendesse os pássaros trabalhadores. A aquisição de bens era bastante restrita, pois a concorrência era inexistente, de forma que até bens essenciais eram escassos.
Um dia bateram à porta de sua pequena casa e o levaram para a capital e dali para uma das colonias, afim de defender o país dos rebeldes daquelas instâncias. Ele, assim como muitos priolos, pardais, estorninhos e outros tantos pássaros pequenos, embarcados num navio com um buraco enorme no casco, por onde a água entrava abundantemente e, em revezamento, eles, com recipientes os mais diversos, deitavam a água de volta ao mar. Foi assim até aportarem numa colónia  O terror dos dias vindouros já se avizinhava neste incidente. Já desde 1961 o Passaral debatia-se com os rebeldes das colónias e, embora o Bufo-Real teimava em afirmar, suprimindo veementemente notícias contrárias, que as coisas estavam bem, o fracasso era evidente à medida que passavam os anos e cada vez mais jovens eram convocados para essa batalha sem nexo.
Pus-me a pensar, enquanto ouvia o Priolo, se estamos de alguma forma, em situação diferenciada daquela. Pensei nos jovens nas escolas, onde o aprendizado é tão famigerado que, muito provavelmente, a quarta classe do Priolo valeria tanto quanto a uma nona classe de hoje. Pensei nas condições laborais de agora que são tão, ou mais, precárias que aquelas, pois naqueles tempos, ainda que miseráveis, havia oferta de emprego sempre. Pensei que embora tenhamos opções de aquisição de bens, os temos à duras penas. E por último a guerra que, agora, somos convocados, nós, os pequenos e humildes pássaros, a travar com os opressores económicos gigantes que, à semelhança da guerra do Ultramar, é fora criada pelas inescrupulosas aves de rapina, ávidas pelo lucro farto, devoradoras dos pequenos e frágeis passarinhos."


Sabiah Laranjeira







Parte 3

"A tarde deste 24 de abril se vai.
Pardais se agromeram no Café Plátano que fica na esquina da rua. O alvoroço me chama a atenção. Conhecia alguns e me aproximei para saber o motivo de tanta alegria.
A resposta veio em coro: - Amanhã é feriado!
Olhei para aquelas caras felizes, cada qual com seu copo à mão. A tv anunciava o grande jogo da noite e discussões se acirravam nas mesas; cada qual mais exaltado que o outro.
A uns poucos, que se mantinham à porta, tive a ousadia de perguntar-lhes o que representava aquele feriado para eles. De um ouvi que era um belo dia para descansar. Outro disse que iria pescar, os demais só concordaram. Resolvi diluir a pergunta. O que pensam vocês sobre o 25 de abril, o que representa? O levantar de ombros foi sincronizado. Um misto de perplexidade e ignorância diante da pergunta. Um deles resolveu esboçar o que sabia e o que representava para ele. Foi o dia que o país se viu livre de um ditador. Um dia que prometeu liberdade ao povo. A revolução dos cravos disse ele. Mas complementou dizendo e questionando a mim, a ele próprio e aos demais.- De que adiantou? Onde está a tal da liberdade?
O contra-argumento daquele pardal me pegou de surpresa. Realmente é para se pensar. Onde está?
Pensei em dizer que ela está aprisionada na própria ignomínia do povo, que se encanta com as luzes e as cores do consumismo. Está atracada na mente daqueles que pensam no agora e não no futuro. Está nos bolsos do que lutam por cores de clubes, por bilhetes de concertos, por férias de veraneio e por quem tem a viatura mais potente, do que por um Passaral mais justo, mais aconchegante para nossos filhos.
Pensei em dizer-lhe que a liberdade está presa nos cofres dos bancos, junto aos títulos dos endividados. Está lacrada nas urnas eleitorais onde uma minoria deposita o voto. Que está no marasmo de um povo que se conforma com o fado, uma taça de vinho e um pão dormido.
Mas para que dizer isto? Justo eu, um pássaro estrangeiro?
Eles não entenderiam mesmo.
- Uma imperial se faz favor, foi tudo o que eu disse estendendo o dedo ao empregado de mesa.
Imperial, será que lá está a liberdade?"


Sabiah Laranjeira







Parte 4

"O Melro Azul, um dos soldados, que no terreiro estava naquela manhã de 25 de abril de 1974, começou a contar-nos o que se passara.
O Bufo-Real, moribundo debatia-se, estava fadado à morte, mas relutava, não queria partir. Um cheiro nauseabundo, de morte, já pairava no ar, uma música de despedida ouvi-se ao longe. O golpe de misericórdia é desferido pouco depois da meia-noite, o odor podre, do tal defunto, se espalha.
Uma Felosa-Ibérica distribui cravos vermelhos, o cheiro destes se propõe a esvair o nauseante odor que teima em permanecer. O defunto ainda levou consigo quatro Pardais, e ainda feriu mais quarenta e cinco, que naquela tarde se alvoroçaram numa rua de pedras. Pardais e outros pássaros surgiram em todo o lugar, mil, dez mil, milhares, mais, muito mais, espalharam cravos, enfeitaram as ruas, espalharam sonhos.
Num instante, o Melro Azul começou a declamar uma homenagem àqueles que com ele lutaram.

Naquela madrugada de Abril, os soldados saíram à rua.
Eram comandados por um capitão valente, e seus ideais eram nobres.
Isso ninguém desmente.

O nome desse capitão era Fernando, Maia o apelido,
Esse homem já nos deixou, mas jamais será esquecido!

Os soldados invadiram o Terreiro do Paço, no cumprimento da sua missão.
No Tejo, uma fragata ameaçava, Mas nada aconteceu, graças à sua tripulação.

Portugal era um país que vivia acorrentado.
O povo era infeliz, pois era triste o seu fado.

Muitos jovens perderam a vida, na guerra do Ultramar.
Deixaram os entes queridos, no Continente a chorar.

Abril, Abril…Mês do nosso coração.
No peito temos cravos a florir, e nos lábios a nascer uma canção!

As lágrimas vieram aos olhos do amigo Melro Azul. Eu entendia o motivo, já havia passado por isto. Lutar, oferecer a vida por uma nobre causa e, mais à frente, ver o estado vergonhoso que os Abutres e Aves de Rapina, em tão pouco tempo, destruíram. Ver aqueles que noutros tempos eram heróis da resistência, corrompidos e corruptores da sociedade. Ver o povo apático ante as moléstias que estes causam e apenas dizerem: - Ufa, enfim um feriado!

Poema extraído de
http://meioseculodeaprendizagens.blogspot.pt/2010/04/25-de-abril-de-1974-viagem-ao-passado.html
Por José Alexandre Henriques."


Sabiah Laranjeira



Parte 5

"O odor nauseabundo, que no terreiro estabeleceu-se desde no início do século, espalhou-se. Os cravos não se conservaram, murcharam, seu olor não permaneceu. Seu pólen ficou retido, as aves de rapina, abutres que esperavam o perecer do Bufo moribundo, apossaram-se do terreiro e, se alguma semente ficou, foi por eles devorada, se em algum vaso alguém plantou um daqueles cravos foi arrancado e pisado por eles.
Gaivotas tagarelas defecaram no terreiro, Corujas, Gaviões e outras aves de rapina espantaram os Melros, as Felosas, os Pardais. Engazoparam os pássaros com promessas vãs. Como ilusionistas num palco, levaram-os a pensar que eram eles a sua salvação. Que eles é que saberiam conduzir a nação pelos ventos da liberdade.
Levados pelo anseio das posses, de bens inacessíveis, até então, estes pequenos e, antes, oprimidos pássaros, tornaram-se vorazes consumidores, individualistas, perderam o olfato, não mais sentem o cheiro dos cravos, perderam a visão, não vêem mais sua viva cor vermelha. Perderam as forças e, mais uma vez a Águia impôs sua famigerada "LIBERDADE".
Somos livres para beber Coca-Colas e comer BigMac's, vestidos de jeans e calçados de Allstar, isto era tudo o que queríamos, mas até quando, até quando???
Ainda bem que agora temos as lojas dos chineses..."


Sabiah Laranjeira



 


sábado, 4 de maio de 2013

RESPONSABILIZAR OS POLÍTICOS?






Programa: "Boa Tarde", da SIC

Tema: Responsabilizar os Políticos?

Convidados:

 - Raquel Varela (investigadora e historiadora)
 - Paulo Morais (investigador e professor universitário)

Apresentadora: Conceição Lino



Peço a vossa MÁXIMA ATENÇÃO e DIVULGAÇÃO para este vídeo, pois é FUNDAMENTAL que TODOS OS PORTUGUESES (SEM EXCEPÇÃO) assistam ao mesmo!!! :)

Conhecer a VERDADE é um DIREITO e um DEVER de cada cidadão! :)

domingo, 7 de abril de 2013

Responsabilidade e culpa são coisas diferentes!





CONCORDAM?

Nota: não sei quem é o autor desta mensagem (recebi a mesma por email), mas resolvi partilhá-la porque achei que seria interessante debatê-la! :)


sábado, 15 de setembro de 2012

"Governo de Passos e Portas é Ladrão e Assassino", diz o padre Mário da Lixa





"Vídeo produzido por Mário de Oliveira (Padre Mário da Lixa)"

A opinião do padre Mário da Lixa sobre as novas MEDIDAS DE AUSTERIDADE anunciadas em 7 de Setembro de 2012, pelo 1º Ministro Pedro Passos Coelho.

Sobre e Padre Mário da Lixa: http://padremariodalixa.web.pt/

Site Oficial: http://padremariodalixa.web.pt/

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Novas Medidas de Austeridade em Análise - José Gomes Ferreira e Tiago Caiado Guerreiro





Sic Noticias - 7 de Set de 2012

"As opiniões de José Gomes Ferreira e Tiago Caiado Guerreiro sobre as medidas de mais austeridade anunciadas hoje pelo 1º Ministro Pedro Passos Coelho."


"Estão a enganar quem? A mim, não estão nem a nenhum de nós!"

 José Gomes Ferreira


"O que nós temos é um excesso de despesa pública, não é um excesso de rendimentos do sector privado. Por isso, onde temos que cortar é na despesa pública. Nas PPPs (Parcerias Público-Privadas), nas fundações, nas instituições, nas rendas, etc. É aí é que tinha que haver um corte... Nos 4500 a 6000 institutos a mais que existem..."

Tiago Caiado Guerreiro

Divulguem! :)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

"Estas medidas são um erro", diz José Gomes Ferreira





"Estas medidas (anunciadas por Passos Coelho, em 7 de Setembro de 2012) são um erro", diz José Gomes Ferreira


"É o maior erro político que o governo cometeu"
"Não vai ser criado emprego, vai ser dado um jackpot às grandes empresas"
"Nenhuma empresa vai criar muito emprego nesta conjuntura"
"Porque é que não anunciou quanto conseguiu cortar com as rendes das ex-scut, que são imorais"
"É uma transferência de capital das famílias para as empresas e é injusto"
"A Função Pública fica na mesma e os trabalhadores do privado têm agravamento"
"O agravamento para as famílias vai ser pagar a conta dos 4 mil milhões de euros"
"Não sei se vão aparecer mais surpresas mas parece-me que sim"
"Isto corresponde tecnicamente à retirada de um subsídio mas é da pior maneira"
"Andam a fazer cócegas nos contratos de renegociação de parcerias"

José Gomes Ferreira


Divulguem! :) Concordo com José Gomes Ferreira que "há algumas (grandes empresas) que não precisam, é injusto e nós, portugueses devemos criticar isto!" 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Passos Coelho comunica novas medidas de austeridade!!!


Cidadão Passos lamenta-se no Facebook

"Queria escrever-vos hoje, nesta página pessoal, não como primeiro-ministro mas como cidadão e como pai", lê-se no Facebook de Passos Coelho. A mensagem já conta com quase 18 mil comentários (mais ou menos, à razão de 20 por minuto), a grande maioria bastante critica, e 4800l "gosto" (às 18h16).

O primeiro-ministro publicou hoje uma mensagem no seu mural da rede social Facebook reiterando que as medidas de austeridade que anunciou na sexta-feira "representam um passo necessário e incontornável no caminho de uma solução real e duradoura".

Na mensagem, Pedro Passos Coelho dirige-se aos portugueses chamando-lhes "amigos" e afirma que esse foi "um dos discursos mais ingratos que um primeiro-ministro pode fazer": ter de "informar os portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, de que os sacrifícios ainda não terminaram".

"Não era o que gostaria de poder vos dizer, e sei que não era o que gostariam de ouvir", acrescenta. ...

8:24 Domingo, 9 de Setembro de 2012

Fonte / Ver o artigo completo: http://expresso.sapo.pt/cidadao-passos-lamenta-se-no-facebook=f752012 



A comunicação de Passos Coelho ao país na íntegra

"Pedro Passos Coelho anunciou hoje um aumento da contribuição dos trabalhadores para Segurança Social, numa comunicação ao país. Leia aqui o discurso do primeiro-ministro."
...

07 Set 2012, 19:57 h

Fonte / Ver comunicação completa: http://economia.publico.pt/Noticia/a-comunicacao-de-passos-coelho-ao-pais-na-integra-1562138 




Trabalhadores do privado vão perder um salário

"O Governo decidiu aumentar a contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social e reduzir a das empresas, para compensar o corte dos subsídios de férias e de Natal e tentar reduzir o desemprego no país. Para os trabalhadores do privado, isto equivale a perder um salário mensal. Os trabalhadores públicos continuam a ser mais penalizados.
 
A contribuição dos trabalhadores passará dos actuais 11% para 18%. Isto permitirá reduzir a contribuição das empresas também para 18%, dos actuais 23,75%. A medida será incluída no Orçamento do Estado para 2013, para compensar a suspensão dos subsídios de férias e Natal em 2013 e 2014, que foram considerados ilegais pelo Tribunal Constitucional (TC).

O anúncio foi feito esta sexta-feira à noite pelo primeiro-ministro, numa comunicação ao país transmitida na televisão antes do início do jogo entre as selecções de futebol de Portugal e Luxemburgo. A subida de sete pontos percentuais na contribuição dos trabalhadores "será igualmente aplicável aos funcionários públicos e substitui o corte de um dos subsídios decidido há um ano", disse Pedro Passos Coelho. "O subsídio reposto será distribuído pelos 12 meses de salário", completou.

Na prática, os trabalhadores públicos ficarão sem o equivalente a dois subsídios – ou seja, na mesma situação de agora. Os trabalhadores privados, por sua vez, perdem um salário.

Para os pensionistas e reformados, o corte dos subsídios de Natal e de férias mantém-se."
...

Anúncio de Passos Coelho

07 Set 2012, 19:32h

Publicado por: Sofia Rodrigues, Nuno Ribeiro, Ana Rita Faria e Pedro Crisóstomo

Fonte / Ver o artigo completohttp://economia.publico.pt/noticia/passos-1562130



Não posso deixar de citar / comentar...

"A mensagem já conta com quase 18 mil comentários (mais ou menos, à razão de 20 por minuto), a grande maioria bastante critica..."

Porque será?


"Quero falar-vos com a mesma franqueza com que sempre vos falei, sem rodeios e com o realismo que cidadãos livres e responsáveis merecem..."

Ele disse "franqueza" ????????????!!!!!!!!!!!!!


"...mas este alargamento tem directamente por objectivo combater o crescimento do desemprego.”

Como é que o facto dos trabalhadores passarem a pagar 18% em vez dos actuais 11% vai combater o desemprego???????????

"...e nunca esqueceremos que os nossos filhos nos estão a ver, e que é por eles e para eles que continuaremos, hoje, amanhã e enquanto for necessário, a sacrificar tanto para recuperar um Portugal onde eles não precisarão de o fazer"

A que filhos é que ele se estará a referir? Será aos filhos dos políticos e aos filhos dos grandes empresários deste país?

Desde quando é que tirar o dinheiro aos trabalhadores para dar aos grandes empresários é correcto e é um exemplo a seguir pelos nossos filhos??????????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



Como é que é possível?????????????????? Que nível de inteligência é que este senhor julga que nós temos?

Acho que vou precisar de um comprimido de "Primperan"...


Cumplicidade







Apesar de provados vários crimes de corrupção cometidos por diversas personalidades neste país, as mesmas nunca são condenadas!!!

Como é que isto é possível num país democrático? Se um dos princípios fundamentais da democracia é a justiça, então porque é que esta não é aplicada em Portugal?

As provas desaparecem; crimes provados e repetidamente confirmados, acabam por prescrever; no máximo, pagam-se umas multas; é feita uma "limpeza da imagem pública" e... lá estamos nós novamente a reeleger os mesmos senhores!!!

Se reelegemos pessoas que enganam como respiram, que cometem crimes de corrupção repetidamente, sem qualquer pudor; que enriquecem "da noite para o dia" de forma inexplicável; porque nos queixamos depois dos resultados desastrosos, à vista?

Porventura não fomos todos nós (eleitores que exercemos o direito do voto) que demos o poder a estes senhores com o nosso voto?

O maior problema de Portugal, não são os políticos, mas sim, OS PORTUGUESES que nutrem profunda admiração por quem é desonesto; por quem ganha dinheiro rapidamente (não importando como); por quem dá o "jeitinho" de acordo com os nossos interesses pessoais; por quem conseguiu algo através de uma "cunha"; por quem se candidata a cargos de grande responsabilidade (juiz, por exemplo), recorrendo a "cábulas" para passarem nas provas... Pois é...

No dia em que passarmos a valorizar as pessoas pela sua integridade e pensarmos em função dos interesses de um todo (comunidade) e não em função dos nossos interesses pessoais, da nossa família e dos nossos amigos, aí sim... estes senhores jamais terão um lugar à sua disposição numa assembleia da república ou numa câmara municipal!


Concordo plenamente que "um povo que elege corruptos não é vítima, é cúmplice!"

PROFISSÃO EX-MINISTRO


Melhor do que ser ministro é ser EX-MINISTRO!!! 


Este excelente trabalho de Pedro Coelho revela-nos quem são na realidade as pessoas às quais confiamos o nosso dinheiro e o destino do nosso país! Será que merecem a nossa confiança? Será que merecem a nossa admiração? Será que eles defendem realmente os nossos interesses, enquanto ministros ou defendem os seus próprios interesses e os interesses das empresas para as quais vão trabalhar, assim que terminam os seus cargos, ao "serviço da nação"? 

Vejamos com muita atenção...






PROFISSÃO EX-MINISTRO

04.07.2012 16:10

Grande Reportagem SIC

"Num trabalho de investigação, a SIC seguiu o rasto de antigos governantes que ocuparam pastas decisivas nos diversos executivos dos últimos 20 anos.
Vimos à lupa o percurso de meia centena de ex ministros e ex-secretários de Estado que desempenharam funções em governos do PS, do PSD e da coligação PSD-PP.
Manuel Dias Loureiro, Jorge Coelho, João de Deus Pinheiro, Joaquim Ferreira do Amaral, Luís Mira Amaral, Joaquim Pina Moura, Mário Lino e Luís Parreirão são as figuras em destaque desta grande reportagem. Aceitaram o desafio de participar."

Fonte:  


Como complemento desta reportagem convido-os a ler um artigo igualmente esclarecedor, já publicado neste blog: 

Rendimentos de 15 políticos portugueses antes e depois de passarem pelo Governo
Divulguem! Todos os cidadãos têm o direito / dever de conhecer a verdade! :)

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Rendimentos de 15 políticos portugueses antes e depois de passarem pelo Governo


Veja os rendimentos de 15 políticos portugueses antes e depois de passarem pelo Governo - Gráfico Animado

 "O jornalista António Sérgio Azenha investigou e analisou os rendimentos de 15 políticos antes e depois de passarem pelo Governo português. O resultado está no livro 'Como os políticos enriquecem em Portugal', da editora Lua de Papel.

O repórter baseou-se nas declarações de património e rendimentos apresentadas pelos políticos ao Tribunal Constitucional, desde 1995, ano em que a informação passou a estar disponível, e reconstituiu o percurso de crescimento económico de 15 antigos governantes. Veja como Jorge Coelho, Dias Loureiro e outros multiplicaram os seus ordenados."

Carlos Paes e Jaime Figueiredo (infografia)

Publicado em 13 de Out de 2011

Fonte / Ver tudo: http://expresso.sapo.pt/veja-os-rendimentos-de-15-politicos-portugueses-antes-e-depois-de-passarem-pelo-governo-grafico-animado=f680329 

Estou sem palavras...

sábado, 28 de abril de 2012

Best Of Política Portuguesa





 "Compilação dos melhores momentos da política Portuguesa nos últimos anos."


Enfim! Não sei se tenho vontade de rir ou se tenho vontade de chorar...